Deixa-me lá ver se encontro...

1.5.11

Tombi!

Data de Lançamento: 04-09-1998
Género: Plataformas
Produtora: Whoopee Camp.
Editora: SCEE









Tombi!… que nome mais estranho para se dar a um jogo. Porquê Tombi? Ah, por ser o nome da personagem principal. Está bem… mas que raio! Cabelo cor-de-rosa? Um jogo sobre um rapaz de cabelo cor-de-rosa, que anda a perseguir porquinhos malvados? Ui, isto promete tanto! Será seguro jogar isto? Bem, deixa lá ver, cara ou coroa?

Felizmente calhou-me cara e tive de jogar! Meus amigos, Tombi não será uma perda de tempo como parece nos minutos iniciais. Por detrás do aspecto imaturo deste jogo encontra-se um poço de ideias (e das boas) e uma abordagem completamente nova no género das plataformas. Tombi é um rapaz selvagem, que um dia é assaltado por uns porcos que lhe roubam a bracelete de ouro do avô. Depois de acordar do ataque que o deixou inconsciente, Tombi inicia uma viagem em busca da bracelete que o conduzirá a uma série de aventuras e descobertas sobre estes porcos malvados. As suas intenções vão muito além da bracelete de Tombi!


Bem, nunca disse que o enredo era o ponto forte de Tombi, pois não? Então vou falar das coisas boas que este jogo tem para oferecer:

Gráficos: Tombi não mente na sua origem. Nota-se á distancia o seu aspecto japonês. Eu diria até que isto é uma mistura entre Sandokan e Songoku. E não tentei fazer uma piada aqui… parece mesmo. É bizarro mas com o passar do tempo nem parece tão mau. Os gráficos também estão longe de ser perfeitos, mas conseguem cumprir o seu papel proporcionando algum prazer a quem joga. A mistura entre o 2D e o 3D foi bem concebida e as cores ajudam muito. Tombi é um jogo que transborda de cor, cheio de vida e de alegria. Dado este que aponto como positivo visto que na altura em que Tombi saiu os jogos eram uma tentativa desesperada de chegar o mais próximo possível do realismo. Em 1998 os jogos das consolas 32bits, nomeadamente da PSX, davam tudo por tudo para chegar ao realismo (talvez porque na altura existia um bicho chamado N64 que era “teoricamente” mais potente, mas ainda subaproveitado), e Tombi acabaria por se destacar um pouco pela sua diferença face à maioria dos jogos.

Jogabilidade: Ok temos algo novo por aqui. Ponto numero 1 Tombi é um jogo de plataformas. Até aqui tudo ok “é mais um” pensam vocês. Mas e se vos disser que é um jogo de plataformas com elementos de um RPG? Intrigante não é? Explico-vos já: além do síndroma Super Mário, em Tombi vão ter dezenas de eventos para desbloquear e resolver. Para isso terão de falar com as pessoas que encontram no jogo, apanhar itens, seguir pistas (muuuitas pistas) para concluírem estes eventos e para prosseguirem no jogo. Além disso existe um menu muito simples onde terão os itens e o equipamento, que obrigatoriamente terão que usar. O conceito RPG neste jogo é muito básico. Mas a mistura destes 2 elementos é que torna Tombi tão interessante. Ao longo jogo vamos apanhando várias ferramentas que nos ajudarão a resolver eventos e darão uma dinâmica de jogo diferente da inicial. Não falo apenas de melhoramentos daquilo que já temos, mas sim de armas novas e engenhos que nos levarão a explorar novas áreas. Existe sempre algo novo a descobrir até ao final. A Whoopee Camp focou o seu trabalho na simplicidade do acto de jogar e conseguiu explorar muito bem a mistura entre o RPG e Plataformas, tirando proveito do melhor que estes dois géneros têm.

Som: Muito animado. Encaixa que nem uma luva no jogo. A música acompanha-nos durante todo o jogo e muda consoante o cenário. Ritmos apropriados aos cenários em questão, e sempre alegres e cheios de vida tal como os gráficos. Nem nos apercebemos do facto de usarem sempre a mesma linha musical, só apenas com algumas variantes. Este é mais um toque de magia que torna Tombi extremamente agradável de jogar, apesar de não ser em nada extraordinário.

Longevidade: São cerca de 130 eventos, sendo uma boa parte deles opcionais. Se tiver atenção ao jogar Tombi e identificar todas as pistas mencionadas, levará umas 3-4 horas a completar o jogo. Se optar por resolver todos os eventos poderá chegar a ter mais de 12 horas jogáveis. Mas o positivo é o facto de Tombi não ser um jogo cansativo e vamos sempre descobrindo novas áreas, com novos eventos para resolver e resolução de eventos anteriores. É um jogo com muito para descobrir e que surpreenderá pela positiva quem der hipótese aos primeiros 20 minutos.

No entanto, apesar de todas as minhas observações positivas acerca deste jogo, não considero que Tombi seja um jogo de topo ou algo parecido. É daqueles jogos que surpreendem pela positiva por não darmos nada por eles. E ainda para mais consegue ter o que poucos conseguem por muita qualidade que tenham, que é o carisma. Ainda assim Tombi deixa margem para melhorias. Muitas melhorias. Os gráficos ainda têm um aspecto um pouco primitivo que poderá ser revisto, Tombi poderia ter mais cut-scenes (que é sempre uma forma válida de elevar a qualidade de um jogo) e explorar ainda mais esta nova vertente de RPG-Plataforma, que mostra que tem muito para oferecer. Mas para mim, como está, Tombi é um must.

Vamos á cotação:

Gráficos: 7.0 (Suficientes, limpos, coloridos… mas um pouco antiquados ainda)

Jogabilidade: 8.5 (O encontro perfeito entre RPG e Plataformas)

Som: 8.0 (Vai fazer-nos pensar que também temos um cabelo cor-de-rosa)

Longevidade: 8.0 (Eu joguei 3 vezes… pelo menos!)


Nota Final: 8.0 (Em 1998 Tombi poderá ter passado despercebido, mas hoje em dia o valor de uma cópia original desta relíquia está muito acima da normal. O que só prova que conquistou o coração de muitos fãs. Esse dado é de valorizar. São muito poucos os jogos que conseguem um estatuto como o de Tombi. Numa palavra: Especial!)

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